14/02/2010

Carne vale

Vejo na televisão imagens da folia dos carnavais na Mealhada, em Estarreja, em Torres, em Ovar, em Loulé. Enquanto mulheres roliças, de carnes brancas, rodam entre plumas, lantejoulas e coroas, velhas desdentadas assistem de mãos nos bolsos, de cachecol no pescoço e gorro na cabeça. As mães de família, ainda a cheirar ao peixe frito do almoço, observam e comentam os cortejos, de guarda-chuva aberto e tentando não enfiar alguma vareta no olho da vizinha. Os maridos andam por lá, travestidos de saia e avental, de saltos altos e cerveja na mão, sempre de olho nas roliças. Na terça-feira os desfiles continuarão alheios à massa de frio bipolar provando que neste país o desajuste já é norma.

11/02/2010

Se

Se algum dia me cruzar com o Pedro Mexia na rua vou gritar "Pedroooooooooooo" (num estilo Penélope na entrega do Óscar a Almodóvar).
Se vou passar vergonha? Vou. Mas como diria Bruno Aleixo "a mim que me importa".

09/02/2010

Gálera, hoje tô de bobêira...



(Ó gentchi façam xixi antis di carregá na setchinha)

08/02/2010

Um verso perfeito por dia (VI)

Oxalá, eu não ande sem cuidado,
Oxalá eu não passe um mau bocado;
Oxalá, eu não faça tudo à pressa,
Oxalá, meu Futuro aconteça.

Madredeus, "Oxalá"

Um verso perfeito por dia (V)


Dr Bayard,
Comprimidos de papel

Com o retrato do Fidel
Rebuçados para mascar com a cara do Salazar
Por isso não sofra mais
Se acabarem compre mais

Dr. Bayard


Ena Pá 2000, "Dr. Bayard"

02/02/2010

Um verso perfeito por dia (IV)

"Se um dia um anjo fizer
A seta bater-te no peito
Se um dia o diabo quiser
Faremos o crime perfeito"

Donna Maria, Quase Perfeito

01/02/2010

Um verso perfeito por dia (III)

Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.

Clã, "Problema de expressão"

31/01/2010

Um verso perfeito por dia (II)

"Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega."

Fernando Tordo, Tourada

30/01/2010

Um verso perfeito por dia (I)

"E se alguém desconfiar
Porque não tenho um tostão
Dizes que é uma vulgar
Jóia de imitação"


Rui Veloso, Fado do Ladrão Enamorado

Um verso perfeito por dia

A partir de hoje, e até ao final da semana, serão postados versos de músicas portuguesas. Ou pela sua beleza, ou pela sua singularidade ou porque me apeteceu.

21/01/2010

Ou então vejam as novelas do canal da concorrência

Tenho lido muitas opiniões a repudiar os comentários do júri, pricipalmente as do Manuel Moura Santos. É certo que o homem bate com força no ceguinho. Talvez o formato do programa a isso obrigue. (Não sei, digo eu que não percebo nada de formatos de programas de TV.) Mas afinal que comentários esperavam que ele dirigisse aos concorrentes? “Ah e tal, gosto muito de ti. Quando sairmos daqui vamos ver o DVD dos pequenos póneis e na semana que vem vamos todos escorregar no arco-íris com o propósito de encontrar o pote de moedas que está lá escondido.” Pois. Para isso já lá está a Roberta. A pessoa que tinha, e tem, ali um “je ne sais quoi” já saiu. O sentido de humor apurado e a (aparente) maturidade valeram à Carolina uma entrada directa para o CC. Os candidatos a ídolo que ainda lá estão, com os seus tiques de arrogância, superioridade e ingenuidade, só me parecem carne para canhão.

"É isso, andamos todos ao mesmo."

É beto ou aprendeu a ser beto?

(Post publicado no blog http://sushileblon2.blogs.sapo.pt no dia 21/o1/2010. O blog é para ler
inteirinho.)

18/01/2010

07/01/2010

Isn´t she lovely?




- para destruir documentos, CDs/DVDs e cartões de crédito

- processa até 7 folhas (A4, 80 g/m2) - com agrafos e clipes

- corte cruzado espacialmente pequeno (aprox. 4 x 18mm) de acordo com o nível de segurança 3.

- e tudo, e tudo e tudo...




(Se houver por aí alguém que, como eu, tenha fétiche por destruidoras de papel, não tenha vergonha. Chegue-se à frente. Não é nada de mais. Digam ao mundo, sem medo e com firmeza "eu tenho adoração por destruidoras de papel". Eu sei que hoje somos poucos. Mas amanhã conquistaremos o mundo.)

06/01/2010

Bom ano a todos...


Muita saúde é o que desejo a todos os leitores do Carapaus à Espanhola. O resto... o resto são histórias que inventamos para que esta coisa toda valha a pena.

O Natal de sempre



As fiestas navideñas foram ótimas. Obrigada. Com todas aquelas coisas do costume. A família, os amigos, o bacalhau, os doces, os férrero, os detestáveis chocolates Belga, a árvore de plástico, a mega drive suportada por duas cassetes VHS da Sony a fazer de cabana ao menino, a lareira, o madeiro, as pantufas oferecidas pela tia, o perfume oferecido pela outra tia, o frio da beira, o fórum atascado de falsa crise, a televisão num canal espanhol qualquer, o cão a ladrar e não vás agora lá fora buscar lenha porque está a chover.

Oxalá seja assim por muitos e muitos mais anos.

21/12/2009

Notícia publicada no jornal i acerca da escola onde eu trabalhava no ano passado (encontrada por acaso)

"Duas famílias da comunidade cigana desentenderam-se à porta da Escola Básica n.o 175, em Lisboa. A discussão atravessou os portões e entrou no pátio do estabelecimento de ensino dos Olivais. Dos insultos passou-se à agressão, da agressão passou--se às armas, que não chegaram a disparar, mas levaram a PSP a intervir para proteger as crianças do primeiro ciclo e do jardim-de-infância. Os tumultos aconteceram há quase uma semana e são mais um caso, diz uma professora que não quer dar a cara nem sequer o nome para contar que os "sérios problemas de indisciplina" de pais e alunos a impedem muitas vezes de cumprir a sua função de ensinar.

Dentro da sala, a maioria das crianças não se senta no seu lugar, apesar de a professora repetir vezes sem conta que estejam quietos. Falam uns com os outros, recusam-se a fazer as tarefas, sentam-se em grupos na mesma carteira, agarram na mochila e saem da sala quando lhes apetece: "Sou firme quando é preciso, mas tenho de medir sempre muito bem o que digo e o que faço." Um gesto mal interpretado é suficiente para ter os pais das crianças à porta da escola a exigirem explicações. A professora assegura não ser a única a ter este tipo de receio. Há outros colegas a pensarem duas vezes antes de repreenderem um miúdo mal comportado: "A minha frustração prende-se sobretudo com os poucos alunos que querem aprender, mas não têm condições para isso."

A indisciplina fora e dentro das salas começou há quatro anos, com o realojamento da comunidade cigana na urbanização social Alfredo Bensaúde. No ano lectivo de 2005/06, a direcção do agrupamento foi surpreendida com a chegada de cerca de 80 alunos que, pela primeira vez, começaram a frequentar a escola como contrapartida para as famílias beneficiarem do rendimento de reinserção social: "Muitos deles tinham 12 e 13 anos e não faziam ideia do que era uma escola", conta Elsa Mota, dirigente da associação de pais.

Novos colegas. O estabelecimento de ensino, que antes era maioritariamente frequentado por netos e filhos dos moradores do Bairro da Encarnação, passou a ter novos alunos que trouxeram consigo outras regras. O quotidiano da escola mudou e os professores foram apanhados desprevenidos: "A maioria do corpo docente concorreu no ano passado para outras escolas e foi embora", explica Elsa Mota. Joana Fernandes, coordenadora do programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) explica que a entrada em massa de crianças ciganas originou "graves problemas de comunicação" porque há quatro anos a escola não estava preparada para lidar com uma "cultura sem tradição de escola".

No ano seguinte, a escola candidatou-se ao programa TEIP e solicitou ao Ministério da Educação meios para avançar com um plano que visa integrar as crianças ciganas: "A primeira medida passou por introduzir segurança dentro da escola." As parcerias com a PSP e a Polícia Municipal permitiram ter vigilância diária, sobretudo nos momentos mais críticos, como as horas de entrada e de saída, em que os pais vão buscar os filhos. Construir um programa adaptado às referências culturais ciganas foi o passo seguinte: "Dança, música, actividades lúdicas, educação física foram algumas disciplinas usadas para ir ao encontro da comunidade." Ocupar os tempos livre das crianças foi mais uma preocupação, e por isso existem mais actividades durante os intervalos das aulas.


Ao fim de três anos, Joana Fernandes assegura que os casos de indisciplina diminuíram: "Conseguimos ter os alunos sentados e a trabalhar numa sala de aula, mas há ainda muito trabalho a fazer." Até porque o projecto tem uma lacuna por resolver - as iniciativas do programa TEIP terminam às 15h30, mas os alunos continuam na escola até às 17h30, a frequentar as actividades de enriquecimento curricular, como aulas de Inglês, Música ou Informática dadas por professores contratados: "As crianças já estão cansadas de todo um dia de aulas e actividades e não estão acompanhadas pelos nossos técnicos."

Aqui vai o link

http://www.ionline.pt/conteudo/30393-de-um-dia-o-outro-os-rebeldes-entraram-na-escola


Todos os dias da minha vida sou feliz por já não estar ali.

18/12/2009

Considerações importantes sobre a Cimeira de Copenhaga

Las damas de la Familia Real danesa ponen el "glamour" en la cumbre sobre el cambio climático












17/12/2009

A minha mãe bem diz que eu sou uma maria despistada

Estava eu a corrigir uns testes quando senti a secretária a mover-se.

Caracinhas, esta vida de estar aqui até às tantas não vai com nada. Estou aqui há tanto tempo de volta desta merda que até me estão a dar tonturas!

E fui à cozinha comer uma maçã para repor açúcares.
Aquela expressão do "podia passar por aqui um comboio que tu não davas por nada" foi feita para mim.

Tótó.