25/05/2009

Pronto, pareço a advogada do diabo

Espanta-me o regozijo com que alguns blogues expõem a peixeirada entre Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto. No youtube o comentário mais repetido é o de que ele disse o que toda a gente pensa mas até agora ninguém teve coragem de lhe dizer. A ideia é sempre a de que o jornalismo da MMG é absolutamente execrável tal qual o seu Botox e o seu travestismo. Todos cospem na Manela. Como se a blogosfera tivesse alguma moral para o fazer. Há blogues e caixas de comentários onde as bocas e os lavares de roupa suja são bem piores que o jornal da sexta.
A Manela é a miúda de minissaia no autocarro para a qual todos olham mas que nenhum admite ter vontade de comer. Todos a olham perversamente mas todos bradam que ela devia enfiar uma saia que lhe tapasse os tornozelos. É isto o jornal da TVI. Todos vêem mas ninguém admite que vê. Todos repudiam o sensacionalismo porque não é politicamente correcto gostar de peixeirada mas no fundo todos têm ansiedade de barracada. Exige-se que a mulher seja mais contida, mais branda e que faça de conta que o primeiro-ministro não é corrupto, que certos documentos não existem, que este país não existe. E é assim que de repente, até o dono da casa de alterne é expert no código deontológico dos jornalistas.

20/05/2009

Fazes-me falta


Hoje entrei numa loja de animais para comprar um bicho. Pensei naqueles peixes cor-de-laranja. Peixes que só comem, nadam e morrem. Inúteis demais para suprimir seja o que for. Estúpidos demais. Cheguei a pegar nos porquinhos-da-índia. Umas criaturas de unhas e orelhas hediondas e olhos ebugalhados. Características que poderão ser eclipsadas quanto mais interactivo for o animal. Saí da loja sem um bicho mas com um cartão na mão (Ferplast, new pet generation).
Não tinhas vergonha nenhuma. Desobedecias só porque te dava gozo. Andavas sempre metido em problemas. Mas eras viciante. Fazes-me falta.