30/01/2014

Quando o melhor anticonceptivo é a blogoesfera.

Para as mães de primeira viagem é tudo espectacular. O bebé é a melhor coisa que lhes aconteceu na vida. O bebe é o que dá sentido à vida (nem se lembram de qual era a sua utilidade antes do bebé!). O bebé priva-as do sono, da vida social, da roupa e cabelo decentes e implica sacrifícios. Mas que importa? O bebé compensa tudo. Ao mínimo sinal de cólica ou doença entram em pânico e sofrem. Sofrem muito. Dói-lhes mais a elas que ao bebé.
Ao segundo filho as mães transmitem-nos que a magia do primeiro é a magia do primeiro. E depois de escreverem os seus queixumes (só depois dos queixumes) é que nos avisam que amam de igual forma o segundo. O choro parece mais estridente, não se lembram do primeiro ter tido tanta goela. Descobrem que a privação do sono é uma coisa que incomoda e quando lhe deram a primeira papa esqueceu-se-lhes, desta vez, a máquina fotográfica e a paciência.
O terceiro veste a roupa moldada no corpo dos outros dois, já ninguém faz um drama com o pequeno arranhão que tem na cara e a febre é uma coisa normal que mói e não vale a pena gastar uma fortuna no pediatra.
E depois brindam-nos com as fotos de todos os momentos íntimos em família e recebem um mar de comentários a elogiar os rebentos. Pessoas que não conhecem de lado nenhum a dizer "que pernoca gorda, dá vontade de comer", "coisa fofa, dá vontade de estar a fazer outro em vez de estar a fazer a sopa para o jantar" entre outras pérolas. O bebé a ser mais visto que um quadro de Magritte, a soberba das mães, a saciedade dos espectadores, a criação um troféu.

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