À hora de publicação deste post
estarei metida num avião com destino a Frankfurt. Quer o destino que 30 de
Setembro seja data de grandes resoluções na minha vida. Há exactamente três
anos atrás estava no registo da Fontes Pereira de Melo a fazer as escrituras da
minha casa. Lembro-me, como se fosse agora, do que pensei no momento em que
assinava os papéis com pulso firme, esferogréfica preta, letra legível. É a
assinatura da minha vida. E foi. Agora que a tenho não me desfaço da casa, mas
se fosse hoje já não a comprava. Mas naquele momento nunca pensei que o
desemprego me iria bater à porta e muito menos conseguia prever a posterior
emigração. Enfim. Podia ter canalizado o dinheiro para coisas mais importantes,
mais úteis, mais responsáveis. Podia ter-me casado, ido a NY, ou simplesmente
ter o dinheiro na conta, a um “introduza o seu pin” de distância. Enfim, agora
já está, não tenho o direito de me queixar, sei que não adianta chorar sobre o
leite derramado e fica uma lição para a vida. Não me volto a meter noutra. O
facto do meu futuro se voltar a decidir novamente num 30 de Setembro leva-me a
pensar que essa entidade superior chamada destino está a pensar de si para
consigo: “É um bom dia para voltar a gozar com a ela”. Ou então: “Ó coitadinha,
já assinou o papel errado num 30 de Setembro, deixa-me cá recompensá-la metendo-a
no voo certo num 30 de Setembro.” Alea
jacta est.
PS - Escrevi isto com intenção que o post fosse para o ar no dia 30 de Setembro. Não foi. Não interessa. Vai agora.
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